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30.03
21h30
SIR COLIN BERRY
WALTER OSSWALD
BAG
Embrião. Desenvolvimento de uma Nova Entidade
As células com núcleo e organelos (Eucarióticas) apareceram há cerca de 1,4 biliões de anos. O progresso face a formas de vida mais complexas foi um processo lento. É importante notar que, o aumento de complexidade entre as células não foi seguido de um rápido desenvolvimento de animais mais complexos. Este aumento da complexidade aconteceu a partir de um código genético comum ­ o significado de cada codão (especificando um aminoácido) é o mesmo em todos os organismos. A variabilidade observada entre os indivíduos não pode ser explicada apenas por alterações no código genético e mutações nos genes “major”. A evolução da diversidade passa pela modificação dos padrões de expressão de genes, genes estes que têm sido conservados ao longo do tempo. Os genes reguladores, aqueles que controlam a acção de outros genes, foram possivelmente aqueles que mais significativamente produziram alterações. Para que haja desenvolvimento tem que haver crescimento, divisão e migração celulares controlados. Estes fenómenos são seguidos de um número de interacções entre diferentes tipos celulares, mediados por sinalização intercelular. Assim, o desenvolvimento de organismos multicelulares depende de trocas de sinais entre células, que resultam em alterações na expressão génica. O “destino” de cada célula torna-se gradualmente determinado, quando elas vão adquirindo o potencial de exprimir funções que as caracterizarão na maturidade. Estas células dizem-se diferenciadas quando este processo está completo, ou seja, quando determinados genes são selectivamente expressos e os produtos génicos actuam de modo a produzir um fenótipo especializado. É também importante mencionar que as células têm a “opção” de morrer durante o desenvolvimento em vez de se diferenciarem. Para a produção de um embrião, a “matéria de base” é fornecida pelo programa genético. Muito do que acontece de seguida é epigenético e dependente de muitas variáveis. Em conclusão, os controlos do crescimento e desenvolvimento são processos biológicos críticos que determinam eventos que formam a essência da individualidade. Isto é claramente verdade no desenvolvimento humano: a natureza dos factores de controlo serão explorados no contexto de “Os outros em Eu”.
Sir Colin Berry licenciou-se em medicina no Charing Cross Hospital em 1961. Leccionou no Institute of Child Health durante seis anos, tornando-se Investigador da British Heart Foundation nos últimos três anos. Foi nomeado Leitor em Patologia no Guy’s Hospital em 1970 e Professor e Chefe do Departamento de Anatomia Mórbida no Royal London Hospital em 1976. Foi eleito Reitor do London Hospital Medical College a 1 de Abril de 1994 e deteve o cargo de Responsável da School of St Bartholomew’s and The London Hospital Medical and Dental Colleges entre Julho de 1994 e Setembro de 1996. Tem publicados aproximadamente 200 artigos sobre desenvolvimento, biomecânica vascular e toxicologia. É, para além de editor, o principal contribuinte para a 4ª edição de Paediatric Pathology, que se encontra em fase de preparação. O seu interesse em toxicologia teve como resultado a sua nomeação como membro e Director do Committee on Dental and Surgical Materials, membro do Committee on Safety of Medicines e membro de outros comités dentro da Comissão Europeia. Actuou também como consultor para a Organização Mundial de Saúde. Foi nos passados 18 anos membro e, posteriormente, Director do Advisory Committee on Pesticides, tendo esta posição resultado na publicação de vários artigos sobre avaliação de risco. Sir Colin Berry é membro do Conselho do Royal College of Pathologists, onde tem o cargo de tesoureiro da mesma instituição. É ainda Presidente da Sociedade Europeia de Patologia e foi membro do Medical Research Council of Great Britain. Foi eleito membro da Deutsche Akademie der Natureforscher “Leopoldina” em 1993 e foi-lhe atribuido o título de Knight Bachelor na Lista de Honra da Rainha em 1993. Sir Colin Berry é ainda membro honorário da Sociedade de Patologia Alemã e da University of Central Lancashire.

Walter Osswald é Professor de Terapêutica Geral da Faculdade de Medicina do Porto e investigador emérito de farmacologia experimental. Dedica especial atenção aos problemas de bioética, sendo membro do Conselho Nacional de Ética e Presidente do gabinete de investigação de bioética da Universidade Católica. Fez parte de working-groups da Comissão Europeia sobre embrião e células estaminais e protecção do feto e embrião, tendo presidido a este último. É Presidente do Conselho Nacional de Humanização.

Integrado no Ciclo "Os outros em Eu" /IPATIMUP, BIAL