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05.05
18h00
ROBERT BODNAR
TERESA LAGO
BAG
A procura de água e vida no Sistema Solar
A possibilidade de existência de vida algures no Universo, sempre foi uma ideia que fascinou os habitantes do planeta Terra. O “último” Carl Sagan referiu mesmo que “Há uma remota hipótese de existência de civilizações mais avançada que a nossa algures no Universo”. A recente descoberta, em “casa”, de traços semelhantes a uma bactéria fossilizada, no meteorito oriundo de Marte ALH84001, veio dar novo ânimo à investigação e ao debate científico em torno da possibilidade de existência de vida no nosso sistema solar. Mckay (1991) fez notar que “a procura de vida em ambientes planetários pode ser efectuada através da procura de habitats de água, passados ou presentes”. Como resultado desta evidência, bastantes têm sido actualmente os esforços de encontrar indícios de presença de água, presentemente ou no passado, no Sistema Solar. Meteoritos de chondritic mostram vários e distintos traços característicos de alterações aquosas em asteróides, e os investigadores colocam a hipótese de existir um oceano de água líquida sob a superfície gélida da lua de Júpiter Europa. Mais ainda, a inclusão de fluídos contendo água líquida foram encontrados nos meteoritos Monahans e Zag, assim como em vários outros meteoritos CI. Estes indícios provam conclusivamente que habitats de água líquida existiram de facto num passado indefinido no sistema solar para além da Terra. Mais recentemente, traços de imagens recolhidas pelo Mars Global Surveyor foram interpretados como sendo resultantes da erosão da superfície de Marte por água corrente, e a vivacidade destes aspectos sugere que a erosão ocorreu num tempo relativamente recente. Nesta conferência, procurar-se-ão passar em revista estas evidências da possibilidade de existência de água no sistema solar, e as suas implicações para o desenvolvimento de vida algures no sistema solar. A comunicação concluirá com um sumário das missões e vôos espaciais possíveis que auxiliarão a melhor “forçar” a distribuição de habitats de água dentro e fora do sistema solar.
Robert John Bodnar, geoquímico, é Professor no Departamento de Ciências Geológicas do Virginia Polytechnic Institute & State University. Em 1997, foi neste instituto distinguido como C. C. Garvin Professor of Geochemistry e recentemente, em 1999, como University Distinguished Professor. Marco importante na sua investigação foi a sua recente descoberta de água fora do planeta Terra, a partir da análise realizada a um meteorito oriundo de Marte, constituindo-se esta como a primeira prova da existência de água fora do nosso planeta. Robert Bodnar é Bacharel em Química pela University of Pittsburgh (1975), Mestre em Geologia pela University of Arizona (1978) e Doutor em Geoquímica e Mineralogia pela Pennsylvania State University (1985). É membro da Society of Economic Geologists, da Mineralogical Society of America, da American Geophysical Union, da Geochemical Society, da Sigma Xi, da Society for Geology Applied to Mineral Deposits e da Meteoritical Society. Foi já distinguido com vários prémios: Society of Economic Geologist’s Lindgren Award (1986), National Science Foundation Presidential Young Investigator Award (1987), Alumni Award for Research Excellence, Virginia Polytechnic Institute & State University (1991), Society of Economic Geologists Thayer Lindsley Lecturer (1995-1996), Centennial Fellow of the College of Earth & Mineral Sciences, Penn State University (1996), N. P. Ermakov Prize from the Asian & Pacific International Fluid Inclusion Society (1998), entre outros. Publicou já mais de 90 artigos científicos e proferiu mais de 200 conferências.
Teresa Lago é Doutorada em Astronomia pela Universidade de Sussex (Reino Unido), 1979, e Professora Catedrática no Departamento de Matemática Aplicada da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto desde 1989. A sua investigação tem incidido no âmbito da Astronomia e Astrofísica Estelar, nomeadamente no estudo de estrelas de formação recente no contexto da formação e evolução estelar. É autora / co-autora de numerosas publicações em revistas e conferências internacionais da especialidade. Foi já distinguida com o Prémio “Henri-Chrétien ­ 1985” da “American Astronomical Society”. É Coordenadora da Comissão de Astronomia e Astrofísica para as Jornadas Nacionais de Investigação Científica e Tecnológica, JNICT, 1987, e foi autora da “Proposta de Programa para o Desenvolvimento da Astronomia / Astrofísica em Portugal”, elaborada a pedido da JNICT. É também investigadora e Coordenadora da equipa de investigação em Astrofísica Estelar do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto. É ainda responsável pela criação do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (1989). Teresa Lago é também membro de vários Comités e Academias: da “Academia Europeae”, do “Space Science Advisory Committee” da ESA ­ pequeno grupo de assessoria científica ao Director do Programa Científico da Agência Espacial Europeia (desde Janeiro de 2000) e “Associate of the Royal Astronomical Society” do Reino Unido. Teresa Lago tem ainda desenvolvido um importante trabalho no âmbito da divulgação científica, nomeadamente na área que é sua especialidade: é responsável pela criação do Núcleo de Divulgação do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (1991) e coordenadora das suas várias actividades. Organizou já também várias conferências e exposições nacionais e internacionais. Actualmente é Presidente da Porto 2001 S.A. ­ Capital Europeia da Cultura.