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01.09
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18h00
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ENRIQUE
BUSTAMANTE
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LUIS
HUMBERTO MARCOS
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BAG
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| As
indústrias culturais e de comunicação num cenário digital |
| A
última década trouxe consigo uma expansão, sem precedentes,
das indústrias culturais e dos meios de comunicação. No entanto,
gerou também nelas importantes distorções, sobretudo através
do despoletar da globalização que, para além do domínio relativo
da cultura Macdonald’s, provocou uma generalização crescente
de lógicas economicistas que se impõem nos grandes grupos nacionais.
Desde a estandardização dos conteúdos com êxitos de massas comprovados
ao domínio dos fast sellers, desde a subordinação crescente
da produção local e da inovação até ao esquecimento das preferências
das minorias (não rentáveis!), tudo aponta, pelo impulso da
maximização de benefícios agravada pelo recurso ao mercado de
capitais, a uma dinâmica mercantil extrema, que ameaça romper
a “ecologia cultural” de cada sector e a existência das suas
margens de criatividade e renovação. Através do retrocesso ao
espaço e ao serviço público, e no âmago de uma crise de legitimidade,
as políticas públicas têm procurado, de forma desigual segundo
os países e sectores, dissimular os efeitos negativos destas
derivações, não sem se deixarem arrastar, frequentemente, pelo
proteccionismo nacional e pela perspectiva de um estado comunicacional.
O panorama hoje aberto com as novas redes e a convergência (tecnológica
e empresarial), supõe uma mudança radical e sem precedentes.
Porque a cultura se converte num elemento capital para o crescimento
económico e o emprego sem deixar de o ser para a democracia
e a identidade cultural e, finalmente num instrumento axial
para o desenvolvimento integral. Núcleo central de todas as
promessas de futuro (tanto para os criadores como para os utilizadores),
no tempo de todos os riscos (concentração, exclusão), as novas
redes não chegam, no entanto, a um terreno virgem: Internet,
televisão por cabo, satélite de TV, DAB, DTT, inserem-se forçosamente
nesse marco da globalização, colocando em questão o poder dos
grandes grupos e das suas redes de distribuição, mas no entanto,
estimulando-os também a acelerar a sua concentração e o seu
objectivo de dominação. Quer por um ou outro lado, a “mão invisível”
do mercado mostra a sua incapacidade em maximizar as vantagens
para todos das novas redes... E as políticas públicas da cultura
e da comunicação, revelam-se hoje mais necessárias que nunca,
através da condição de se renovarem totalmente, de se adaptarem
às novas necessidades sociais, de fazer frente aos novos cenários,
e de se apoiarem, mais do que em qualquer outra, na sociedade
civil. |
| Enrique
Bustamante
é professor e investigador no âmbito das Ciências da Comunicação.
Catedrático de Comunicação Audiovisual e Publicidade da
Faculdade de Ciências da Informação da Universidade Complutense
de Madrid desde 1992, Enrique Bustamante é também director
do Centro de Estudos de Comunicacão (C.E.C.) de Madrid.
Entre 1993 e 1997, foi Secretário Geral e Vice-Reitor
da Universidade Internacional Menéndez Pelayo, e de 1989
a 1993, dirigiu o Departamento de Comunicação Audiovisual
e Publicidade da Universidade Complutense de Madrid. Dirigiu,
de 1985 a 1997, a revista de investigação em comunicação
“TELOS Caudernos de Comunicación, Tecnologia y Sociedad”,
editada pela FUNDESCO (Madrid), da qual foi igualmente
fundador. Foi também titular da Cátedra Unesco de Comunicacão
Internacional das Universidades Stendhal de Grenoble e
Lion II, entre 1997 e 1998. Fundou também a “Associacion
Cultural para la Investigacion Aplicada em Comunicacion”
e assumiu a sua direcção de 1986 a 1991. Participou igualmente
na fundação do “Groupe Eurocommunication Recherches”,
criada em 1986 por investigadores em comunicação de sete
países europeus. É também membro fundador da AssIBERCOM-Associação
Ibero-Americana de Comunicação. Tem vasta obra publicada
(individual ou em colaboração): Los amos de la información
en España (1982), La televisión en España, mañana (1988),
Fabricar noticias: rutinas productivas en radio y televisión
(1988), Las industrias culturales en España (1988), Telecomunicaciones
y audiovisual en España: encuentros y divergencias (1992),
Transformaciones de la comunicación audiovisual: el cine
en la TV (1992), Concentració i internacionalització dels
mitjans de comunicació (1994), Presente y Futuro de la
Televisión Digital (1999), La Television Económica (1999).
É também correspondente e/ou membro do conselho de redacção
das seguintes revistas: Reseaux (Paris-Londres), Media,
Culture & Society (Londres), Comunicação & Política (Rio
de Janeiro), Tendências XXI (Lisboa), EPTIC (Univ. de
Sergipe. Brasil: www.eptic.he.com.br); Studies in Communication
Sciences (Univ. Lugano. Suiza: www.scoms.ch). |
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| Luís
Humberto Marcos
nasceu no Funchal, é Jornalista, Professor Universitário
e Director do Museu Nacional da Imprensa, sediado no Porto.
Licenciado em Psicologia pela Universidade do Porto e
Mestre em Comunicação Social pela Universidade Nova de
Lisboa, é actualmente Doutorando na Facultad de Ciencias
de la Información da Univ. Complutense de Madrid. Em 1974
e 1975 escreveu peças de “teatro de intervenção”, e foi
membro do Conselho de Redacção de “O Comércio do Porto”,
o primeiro jornal que se declarou em autogestão após o
“25 de Abril”. Entre 1976 e 1985, integrou a redacção
do vespertino “Diário de Lisboa”, tendo, também em 1976,
estagiado no jornal “Le Monde”. Durante os anos 80 visitou
vários jornais europeus e americanos. Foi vice-presidente
do Sindicato dos Jornalistas e da AJHLP e representou
já Portugal em várias iniciativas internacionais. Fundador
do CFJ-Centro de Formação de Jornalistas (a cuja Direcção
preside actualmente) e da ESJ, lançou em 1987 os Encontros
de Jornalistas Norte de Portugal-Galiza. Em 1989 organizou
uma exposição evocativa dos 150 anos da Fotografia, no
Palácio da Bolsa, na qual foram apresentados publicamente,
pela primeira vez, os daguerreótipos de Aurélio Paz dos
Reis. Comissariou, em 1990, a exposição “Fotojornalismo
em Liberdade/Fotoperiodismo en Libertad”, iniciativa organizada
conjuntamente pelo CFJ e Universitad Complutense de Madrid
e patrocinada pelo Rei Juan Carlos e por Mário Soares,
então Presidente da República. É autor do projecto do
primeiro jornal telemático português, o Datel, lançado
em 1991-2, no Porto, pela Cultinfor e foi consultor do
Ministéro da Educação nas áreas da Comunicação e Tecnologias
da Informação. Neste âmbito elaborou a matriz programática
do Curso Tecnológico de Comunicação, lançado em 1991.
Tem organizado congressos e debates internacionais, dos
quais se destacam: Multimédia’ 93 (Porto, 1993), Forum
Multimédia (Lisboa, 1995), V IBERCOM (Porto, 1998), III
Encontro de Jornalistas Norte de Portugal-Galiza (Viana
do Castelo, 2000), Encontro Ibero-Americano de Jornalismo
Cultural (Porto, 2001). Luís Humberto Marcos tem organizado
também várias iniciativas de reflexão nacional sobre temas
ligados ao Jornalismo e aos média em geral, das quais
se destacam: “Privatização da Imprensa:o presente e o
futuro” (1988); “Eleições Europeias, Informação e Desenvolvimento”
(1989); “Porto: os Cidadãos e a Informação” (1989); “Rádios
locais: a Lei e a Realidade” (1988); “Jornalismo e Cinema”
(1987); “Lápis Azul Meio Século de Censura” (Porto e
Lisboa, 1999); e Encontro de Jornalismo Cultural (Porto,
2001). Comissariou já várias exposições nacionais e internacionais
do Museu Nacional da Imprensa, cujo projecto tem orientado
desde a criação da AMI-Associação Museu da Imprensa, em
1989. Foi fundador da associação European Multimedia Forum
(Bruxelas, 1994) e da AssIbercom-Associação Ibero-Americana
de Comunicação (Porto, 1998). É ainda autor do Museu Virtual
da Imprensa, a 1ª instância cibernautica de cariz mundial
sobre museologia da imprensa (www.imultimedia.pt/museuvirtpress)
e tem feito conferências em diversos países sobre temas
relacionados com os média e as tecnologias da informação
e da comunicação. Tem também diversos trabalhos publicados
sobre temas da sua especialidade. |
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