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25.11
15h00
SUA SANTIDADE DALAI LAMA
BAL KRISHNA
PRM

Sua Santidade o Dalai Lama nasceu a 6 de Julho de 1935 (5º dia do 5º mês do ano de Javali de Madeira, do calendário tibetano), numa pequena aldeia tibetana. Os seus pais eram simples agricultores. Foi reconhecido como Dalai Lama aos 2 anos de idade, partindo para Lassa em 1939 com toda a sua família. No inverno de 1940, é oficialmente nomeado líder espiritual dos Tibetanos. No Templo de Jokhang foi-lhe cortado o cabelo e vestido o manto monástico, tendo tomado votos como noviço. A sua aprendizagem formal foi inteiramente religiosa e de carácter espiritual. O seu campo principal de estudo foi a Filosofia e a Psicologia Budista. Principalmente estudou as obras de filósofos religiosos da Escola Gelugpa, à qual os Dalai Lamas tradicionalmente pertencem. Aprendeu de cor tratados sobre sânscrito, dialéctica, lógica, filosofia religiosa e metafísica, tendo obtido o título de Geshe Lhampara, ou seja, Doutor de Doutrina Budista. Por exemplo, em Filosofia Religiosa, estudou a Prajna Paramita (Perfeita Sabedoria Transcendente), a Madhyamika (Visão do Meio), a Vinaya (Disciplina Monástica), a Abhidharma (Metafísica) e a Pramana (Lógica e Dialéctica). Os estudos eram acompanhados por longas horas de meditação ou orações na presença de vinte mil monges. Sendo um firme defensor do pluralismo religioso, estudou também as principais obras das outras tradições budistas. Costuma afirmar que é um simples monge budista ou que a sua verdadeira religião é a bondade. Foi em Lassa que teve os primeiros contactos com a cultura ocidental, guiando os três carros importados pelo XIII Dalai Lama, fazendo instalar um projector de cinema no Potala, onde via filmes de Tarzan e conversava longamente com Heinrich Harrer (escreveu as suas memórias no livro e posterior filme “Sete anos no Tibete”).

1950: O regime chinês da época invade o Tibete. Durante nove anos, os tibetanos lutaram pacificamente para manterem a sua identidade sem nenhum resultado. 1959: Vendo que a própria sobrevivência do budismo tibetano estava em perigo se continuasse no Tibete, S.S. Dalai Lama deixa o seu país natal, refugiando-se na Índia (Dharamsala), país onde o budismo nasceu. Na Índia encontra-se com Nehru e, tal como Gandhi, defende sempre a não violência afirmando: “Sou um adepto fervoroso da doutrina da não violência, que foi ensinada pela primeira vez pelo Buda, sendo depois praticada pelo santo e líder Mahatma Gandhi.” A partir daí, tal como Tulku Pema Wangyal Rinpoche - o principal mentor da sua vinda a Portugal - tão bem expressa: “O Dalai Lama torna-se no símbolo da luta dramática pela sobrevivência do Tibete enquanto nação.” Líder espiritual de todas as escolas budistas tibetanas, é um factor de união e de construção da identidade cultural dos tibetanos no exílio (e que já nasceram fora do Tibete) e de muitos ocidentais que encontraram no budismo uma ferramenta espiritual. A actividade do Dalai Lama tem duas vertentes: uma é a preservação dos ensinamentos budistas de forma não sectária, promovendo o diálogo inter-religioso; outra é a conservação da cultura e identidade do povo tibetano em todos os seus aspectos. O Dalai Lama organizou 53 colónias tibetanas na Índia e no Nepal, fundou institutos para preservar as artes, a história sagrada e a medicina tradicional do Tibete. 1967: Visita pela primeira vez o estrangeiro: a Tailândia e o Japão. A partir daí percorre o mundo: encontra-se com o Papa João Paulo II, dá conferências em Harvard, ensina o Budismo a muitas pessoas, entre elas artistas como Richard Gere. Promove o diálogo entre o Budismo e a ciência ocidental, encontrando-se com cientistas. Entre eles encontra-se um português, o Dr. António Damásio (professor de Neurologia na Universidade de Yowa, USA), que em 1989 participa com o Dalai Lama num encontro sobre Budismo e Neurociência. O Ocidente reconhece finalmente a sua acção não violenta para preservar a cultura tibetana e a paz no mundo com a atribuição do Prémio Nobel da Paz, em 1989. O Dalai Lama confere muitas vezes a iniciação do Kalachakra (a Roda do Tempo), para promover a paz e a tolerância no mundo. A próxima iniciação será realizada na Áustria em Outubro de 2002. Da sua intensa (e anteriormente descrita) actividade espiritual, cultural e científica, resultou já uma vasta bibliografia, de que destacam - por se encontrarem já traduzidas em português - as seguintes publicações: “A Alegria de Viver e Morrer em Paz” (Temas e Debates), “Bondade, Amor e Compaixão” (Dina Livros), “A Bondade do Coração” (ASA), “O Budismo Tibetano” (Presença), “Caminho da Felicidade” (Dina Livros), “O Caminho para a Libertação” (Temas e Debates), “Como um Relâmpago Rasgando a Noite” (Piaget), “Despertar a Mente, Iluminar o Coração” (Temas e Debates), “Emoções que Curam” (Rocco), “Ética para o Novo Milénio” (Presença), “A Força do Budismo” (Difusão Cultural), “Um Guia para a Vida - Dalai Lama conversa com Howard C. Cutler” (Presença), “Liberdade no Exílio: Auto-Biografia do Dalai Lama” (Inquérito), “Pacificar o Espírito” (Piaget), “Para além dos Dogmas” (Piaget), “O Poder da Compaixão” (Livros & Leituras), “O Poder da Paciência” (Presença), “Espírito e Ciência: Um Diálogo entre o Oriente e o Ocidente” (Relógio d'Água), “Samsara: A Vida, a Morte, o Renascimento” (ASA), “Sua Santidade o Dalai Lama - Conversa com Gilles Van Grasdorff” (Notícias), “Tantra no Tibete” (Dina Livros).