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28.04
18h00
JEAN-MARC LÉVY-LEBLOND
JOÃO CARAÇA
BAG
Ciência e Tecnociência
A ciência tornou-se, desde meados do século XX, num factor estratégico de criação de oportunidades no campo económico. Veio potenciar uma extrordinária aceleração das transformações de que são palco as sociedades contemporâneas. Porém, o padrão de sucesso económico que se instalou, condiciona fortemente a prática e o desenvolvimento da actividade científica. De uma cultura científica claramente virada para o conhecimento e controle das forças da natureza, vemos agora emergir o padrão de um interesse centrado nos aspectos bioquímicos e neurológicos, ou seja, no funcionamento e controlo directo e imediato dos seres humanos.
Jean-Marc Levy-Leblond nasceu em 1940, é doutorado em Física Teórica pela Université de Orsay e, desde 1980, professor na Université de Nice (departamento de física e filosofia) onde ensina física e epistemologia. Os seus principais trabalhos de investigação inscrevem-se no domínio da física teórica e matemática, e da epistemologia: fundamentos da teoria quântica, estrutura do espaço-tempo (relatividade de Galileu e de Einstein), etc., tendo já publicado várias dezenas de artigos neste âmbito. Como ensaísta e “crítico de ciência”, Jean-Marc Levy-Leblond consagra também uma parte importante das suas actividades à educação científica, à história, à política e à filosofia das ciências, à vulgarização e à cultura científica. Em Nice, uma grande parte da sua actividade de docente universitário, visa iniciar à ciência contemporânea e aos seus problemas, estudantes de áreas não científicas (estudantes dos departamentos de filosofia, de letras, de comunicação e de artes plásticas). Tem também, neste âmbito, vários artigos publicados em revistas e enciclopédias: Encyclopedia Universalis , La Recherche, Science et Avenir, Esprit, Les Nouvelles Litteráires , Alliage, etc. Publicou já os seguintes livros: La physique en questions (tomo 1 Mécanique, Vuibert, 1980; tomo 2 Électricité, Vuibert, 1982) L’esprit de sel (science, culture, politique) (Seuill, 1984), Quantique (Rudiments) com Françoise Balibar (Interéditions / CNRS, 1984), Mettre la science en culture (ANAIS, 1986), Aux contraires (l’exercice de la pensée et la practique de la science) (Gallimard), La pierre de touche (la science à l’épreuve) (Gallimard 1996), Impasciences (Bayard 2000). É também tradutor de várias obras (entre elas, La nature de la physique de R. Feynman). Nas edições Seuill, dirige desde 1972 as coleccções científicas (“Science Ouverte”, “Points-Sciences”, “Sources du Savoir” e “La Derivée”). Foi também fundador e é director da revista Alliage (culture, science, technique), criada em 1989.
João Caraça Doutorado em Física Nuclear (Oxford) e agregado em Física (Lisboa), João Caraça é Director do Serviço de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian, professor catedrático convidado do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa - onde coordena o Mestrado em Economia e Gestão de Ciência e Tecnologia - e consultor, para a Ciência, do Presidente da República. Autor de mais de uma centena de trabalhos científicos, os seus interesses centram-se nas áreas da política científica e tecnológica e da prospectiva. Publicou Do Saber ao Fazer: porquê organizar a Ciência (1993), Ciência (1997), Science et Communication (1999). Colaborou também na redacção de Limites à Competição (1994).